Para ler a notícia completa clique aqui.
Fonte: Jornal I | 21-02-2019
(...)
“Os dados que temos vindo a analisar nos últimos anos mostram que continua claramente a haver uma situação de desvantagem para as pessoas com deficiência em relação às pessoas sem condicionantes, a vários níveis. Têm mais desemprego e menos emprego, têm maior risco de pobreza, sobretudo à medida que se agrava o grau de deficiência. E, no fundo, estas pessoas ainda estão longe de conseguirem acesso a todos os direitos humanos. A vida independente vem ajudar muito nisso”, diz ao i Paula Campos Pinto, coordenadora do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH). Na visão desta especialista, “a vida independente é extremamente importante porque Portugal tem uma tradição familiarista, definida como uma situação de cuidados às pessoas em contexto de dependência que são prestados no quadro da família. Sabemos que as famílias têm vindo a transformar-se, estão a lidar com dificuldades cada vez maiores para gerir o seu quotidiano e, portanto, aquele familiar dependente torna-se um peso cada vez maior. As mulheres trabalham muitas horas, tal como os homens, e muitas vezes vivem longe do local de trabalho e têm de fazer grandes deslocações, o que torna tudo ainda mais difícil porque passam ainda mais tempo fora de casa, sem conseguir prestar os cuidados necessários aos familiares”.